É um compromisso que o fiel assume de socorrer a comunidade cristã em suas necessidades materiais, para cumprimento de sua missão. Apesar de a palavra “dízimo” se uma expressão bíblica, e de significado matemático (dez por cento ou décima parte), atualmente é uma prática periódica, sistemática, espontânea e livre. Como nos orienta o 5º mandamento da lei da Igreja, sob nova redação, e promulgada em 2005, na ocasião pelo Papa Bento XVI:
“Atender às necessidades materiais da igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades.”
Observamos, ao longo da história, que o destino dos dízimos ganha novas perspectivas, à medida em que o Povo de Deus se organiza. Até o período do Êxodo, os dízimos eram dispostos sobre altares, em forma de oferendas. Na lei mosaica, os levitas passaram a gerir estes recursos e a destiná-los para, além de SU sustento, aos estrangeiros, órfãos e viúvas.
Atualmente, as instituições religiosas atendem como pessoa jurídica, exigindo delas uma organização mais eficiente e eficaz. Assim, os dízimos são geridos para atender às necessidades legais e espirituais da comunidade. Na Igreja do Brasil esta prática atende ao que denominamos, pedagogicamente, dimensões: religiosa, social e missionária.
No livro de levítico cap. 27,30, encontramos a resposta a esta indagação: “Todos os dízimos da terra – seja cereais, seja das frutas- pertencem ao Senhor:” Tudo pertence ao Senhor, pois Ele é o criador de todas as coisas e fonte de toda vida.
É livre. Cada família decide como deseja participar. Quando a opção for familiar, é importante que conste na fica cadastral o nome de todos os participantes. Mas o casal, bem como os filhos poderão optar em fazer sua inscrição individual.
A prática é própria de quem participa da comunidade. Assim, o melhor é que cada dizimista procure a equipe da pastoral do dízimo de sua comunidade.
Em caso de enfermidade a equipe de pastoral deve contar com agentes que possam visitar o dizimista em sua casa e receber a sua contribuição como dizimista, a exemplo do que ocorre com o viático, onde os Ministros Extraordinários da Eucaristia levam a comunhão ao fiel.
Os levitas, mencionados no Antigo Testamento como os responsáveis pelo dízimo são, hoje os nossos sacerdotes.
“Filhos de Levi, revestidos do sacerdócio, na qualidade de filhos de Abraão, têm por missão receber os dízimos legais do povo, isto é, de seus irmãos”. Hb 7,5
Conforme o Código de Direito Canônico, uma equipe de leigos, juntamente aos sacerdotes, deve gerir os bens materiais das paróquias. Além do padre e do conselho econômico, cada paróquia conta ainda com uma pastoral específica, chamada Pastoral do Dízimo.
Não, mas lhe é agradável quando devolvido de coração.
Vejamos sua exortação no salmo 50:
“Não preciso do novilho do teu estábulo, nem das cabritas de teus apriscos, pois minhas são todas as feras da mata; há milhares de animais nos meus monte. Conheço todos os pássaros do céu, e tudo o que se move nos campos. Se tivesse fome, não precisava dizer-te, porque minha é a terra e tudo que ela contém. Porventura preciso comer carne de touros, ou beber sangue de cabrito?… Oferece, antes a Deus como sacrifício de louvor e cumpre teus votos para com o Altíssimo.”
O dízimo é, para nós, uma oportunidade de tornamo-nos pessoas melhores e mais felizes. Desde sua origem o dízimo agradou a Deus, quando feito de coração.
Não. Nada pode ser obrigatório ou forçado no universo do amor. O amor é livre e também libertador. Como expressão de amor de Deus, o dízimo devolvido na comunidade cristã a faz livre da indignidade, ao mesmo tempo em que nos liberta das vicissitudes de TER e do POSSUIR.
Todo batizado é convidado a ser dizimista. Contudo, vale ressaltar que é uma prática própria de quem participa da comunidade.
Segundo o Documento de Aparecida “Todo batizado é discípulo missionário de Jesus”. Ou seja, a missão de JESUS passa a ser a nossa. Com isso a missão assume duas características missionárias fundamentais: promover o encontro das pessoas com Jesus, para despertar uma conversão cuja origem seja o encontro. Anunciar a Boa Nova. A devolução do dízimo é, então, uma forma de realizar a vocação cristã de cada batizado.
O dízimo tem como base nossa produção. Se recebermos nosso salário uma vez ao mês, contribuímos com o dízimo apenas uma vez ao mês. Mas, se formos a missa todos os dias, seremos convidados a viver o momento do ofertório todos os dias. O ofertório nos oportuniza agradecer a Deus por tudo o que Ele nos dá diariamente.
Não somente com recursos materiais, mas entregando nossa vida, nossos sentimentos, nossas aflições, nossos talentos e aptidões. Nunca deixe de participar da procissão das oferendas. É momento precioso, onde podemos alcançar grandes graças.
O Pão e o Vinho simbolizam tudo o que oferecemos diante do altar. Quando o sacerdote impõe as mãos sobre eles e o grande milagre da vida se faz, este, ocorre igualmente sobre o que ofertamos diariamente no altar.
Em oração, faça sua opção. Opte pelo máximo que você puder dar, contudo sem prejudicar seu orçamento pessoal e/ ou familiar.
São Paulo, na carta aos coríntios 8,9 diz:
“Cada um dê segundo o que se propôs em seu coração; não dê de má vontade o constrangido, pois Deus ama a quem dá com alegria.”
Lembre-se: O dízimo não é esmola, não é uma contribuição ou donativo qualquer. Deve ser compromisso periódico e sistemático vivido com responsabilidade e amor.
Não é aconselhável. O dízimo é um compromisso assumido junto à comunidade onde a vida sacramental acontece, ou seja, se casa, comunga, confessa e se vive a fraternidade.
Diante do altar do Senhor, através da devolução do dízimo, renovamos mensalmente nosso compromisso com a missão.
Só são considerados dízimos os recursos levados, mensalmente, ao altar da comunidade.